Saturday, April 07, 2007

+ Waking Life.

"Nesta ponte," adverte Lorca..."a vida não é um sonho.
Cuidado e... cuidado e cuidado.

" Tantos crêem que porque o "então" ocorreu, o "agora" não está ocorrendo.

Eu não comentei? O "uau" contínuo está se dando neste mesmo instante.
Somos todos co-autores desta exuberância dançante... na qual até nossas incapacidades se divertem.
Somos os autores de nós mesmos, criando um romance de Dostoyevsky... estrelando palhaços.
Isto em que estamos envolvidos, o mundo... é uma oportunidade de demonstrar como a alienação pode ser fascinante.

A vida é uma questão de um milagre... formado de momentos perplexos por estarem na presença uns dos outros.
O mundo é uma prova... para testar se podemos nos elevar às experiências diretas.
A visão é um teste para saber se podemos ver além dela.

A matéria é um teste para a nossa curiosidade. A dúvida é uma prova para a nossa vitalidade.

Thomas Mann escreveu que preferiria participar da vida que escrever. Giacometti foi atropelado por um carro, certa vez. Ele lembra-se de ter caído em um desmaio lúcido... um prazer repentino... ao perceber que algo estava lhe acontecendo.

Assume-se que não se pode compreender a vida e viver ao mesmo tempo.

Não concordo inteiramente. Ou seja, não exatamente discordo. Eu diria que a vida compreendida é a vida vivida. Mas os paradoxos me perturbam. Posso aprender a amar e fazer amor com os paradoxos que me perturbam. E em noites românticas do eu... saio para dançar salsa com a minha confusão. Antes que saia flutuando, não se esqueça... ou seja, lembre-se.

Porque lembrar é muito mais uma atividade psicótica que esquecer.

Lorca, no mesmo poema, disse... que o lagarto morderá os que não sonham. E, quando se percebe... que se é um personagem sonhado no sonho de outra pessoa... isso é consciência de si.



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